Partiu.
As pessoas vão embora.
Elas sempre vão, e sempre levam um pedaço tão grande do coração que amou.
Elas simplesmente partem, mas deixam tanto de si com a parte do coração que sobrou.
E a saudade vem, para esfriar mais ainda o jantar sozinho, o lado direito da cama exageradamente grande de casal, o lado esquerdo do peito com buracos e cicatrizes.
Mas elas partem, elas vão embora, sem pedir permissão, sem pedir perdão.
Sem se despedir, por que o amor era torto, era quebrado. Por que o irmão era errado.
Por que o amor pediu para se retirar da cena, sem mesmo a peça ter começado.
Foi embora o meu amor, e por que foi?
Por que a maldita da escolha lhe feriu, e lhe fere.
Ai como dói, sentir que o amor foi embora, partiu sem avisar, partiu por medo.
Partiu por covardia, fugiu. Do irmão.
Ah coração maldito, como pôde você, ter me traído desse jeito.
Como pôde coração estúpido, se entregar assim, sem ser convidado. Pare de pular insolente coração, ele foi embora. E levou a outra consigo. Eles serão felizes, e ele esquecerá de tu. Que foi brinquedo pra si mesmo, por que o amor... Nunca lhe disse que te queria. Nunca disse.
Ah, mas os olhos. Deus, aqueles olhos, como esquentavam a manhã gelada, na porta da sala.
Como eram penetrantes aqueles olhos, aqueles olhos verdes. Como eram... Pare!
Por que está sendo tão estúpida razão? Deveria dizer-me para não ir, deveria dizer para parar agora mesmo. Não deveria dizer como seus olhos eram quentes. Não vê. Esqueça-os.
Ele não os merece. Aqueles olhos. Mas as mãos, como eram quentes aquelas mão em minha cintura, naquele abraço matinal, escolar. Ah! Como eram. Como se encaixavam tão perfeitamente ao meu redor. E os traços em seu rosto, como eram tão bem desenhados. Como eram. Como eram.
Vai te embora, coração. Por favor, abandone-me razão.
Estamos perdendo o controle dessa paixão. Que foi perdida, como um brinquedo na mão.
Oh amor, por que foi-te embora e não me levou?
Por que partiu, por que? Não vê, que o coração que tu carregas ai dentro, estás levando o meu consigo?
Não vê. Ele não vê, por que ele já foi. Embora outra vez.
E esse lado esquerdo vazio do meu peito, não para de saltitar, a cada vez que seu nome eu pronuncio. Dói. Mas ele já foi.
Comentários
Postar um comentário